Sapotaceae

Pouteria velutinicarpa Alves-Araújo & M.Alves

Como citar:

Eduardo Fernandez; Mário Gomes. 2020. Pouteria velutinicarpa (Sapotaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CR

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com a seguinte distribuição: BAHIA, Ribeirão do Largo .

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: CR
Justificativa:

Árvore com até 15 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), foi registrada em transição de Floresta Ombrófila e Caatinga (Mata de Cipó) presente no estado da Bahia, município de Ribeirão do Largo. Apresenta distribuição conhecida muito restrita, EOO=4 km², AOO=4 km², uma situação de ameaça, considenado-se sua presença em um único fragmento florestal, sem proteção in situ, e severamente fragmnetado. A centenária prática de transformar floresta em área agrícola vigora no estado da Bahia desde o descobrimento, e suprimiu a Mata Atlântica a exíguos 11% de sua extensão original (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019; Simões e Lino, 2002). O município de Ribeirão do Largo, único local conhecida de occorrêni do táxon, apresenta extensa área de plantação de Eucalyptus, que também promove atualmente o desmatamento na região (Andrade, 2015). Apesar da carência de dados sobre corte seletivo, é possível suspeitar que a espécie tenha sofrido corte seletivo eventual, diante de seu porte e por evidencias de que diversas espécies do mesmo gênero são exploradas ilegalmente (Pennington, 2006). Diante deste cenário, portanto, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat, e no número de situações de ameaça. Assim, P. velutinicarpa foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. A espécie ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Itororó - 35 (BA).

Último avistamento: 1984
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Nordic J. Bot. 30(4): 405 (2012). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Cláudia Elena Carneiro, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 15 metros de altura, endêmica do Brasil (Terra-Araujo, et al., 2012)). A espécie ocorre na MATA ATLÂNTICA, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Terra-Araujo, M.H., de Faria, A.D., Vicentini, A., 2012. A new species of Pradosia (Sapotaceae) from Central Amazonia. Brittonia 64, 139–142. https://doi.org/10.1007/s12228-011-9220-2
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Pouteria. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB127553 (acesso em 10 de maio de 2020).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2002. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. SENAC, São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present regional high
O município de Ribeirão do Largo apresenta extensa área de plantação de Eucalyptus com significante volume de produção. Acredita-se que a eucaliptocultura traz consigo um submundo clandestino de plantios ilegais que se estende na sua cadeia produtiva (Andrade, 2015).
Referências:
  1. Andrade, M.L. de, 2015. A Monocultura do Eucalipto: Conflitos Socioambientais, Resistências e Enfrentamentos na Região do Sudoeste Baiano. Universidade Federal Da Bahia. Dissertação de Mestrado. Salvador - BA.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest]
O estado da Bahia resguarda atualmente 11% da Mata Atlântica original (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Apesar da carência de dados sobre corte seletivo, é possível suspeitar que a espécie sofra corte seletivo eventual, diante de seu porte e por evidencias de que diversas espécies do mesmo gênero são exploradas ilegalmente na Amazônia (Pennington, 2006).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.
  2. Pennington, T.D., 2006. Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Sapotaceae. Rodriguésia 57, 251–366. https://doi.org/10.1590/2175-7860200657210

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Itororó - 35 (BA).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.